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As raças de cães com origem brasileira

Não é segredo que os cães são descendentes dos lobos. Mas antes de serem apenas fiéis companheiros e amigos dos humanos, os cães desempenhavam papéis e trabalhos importantes na sociedade. Por isso, os humanos criaram os cães e escolhiam os melhores animais por suas aptidões físicas e mentais, além de suas habilidades de caça, pastoreio, olfato, rastreio, força e resistência, criando os diferentes tipos e grupos caninos. No Brasil, isso não foi diferente, por isso temos algumas raças de cães com origem brasileira. 

Vale lembrar que, atualmente, as raças são divididas em 10 diferentes tipos e grupos caninos pela Federação Cinológica Internacional (FCI) e pela Federação Brasileira de Cinofilia (CBKC). Esses grupos consistem em diferentes características e funções que diferentes raças possuem. São elas: 

1 – Pastores e Boiadeiros, excetos os suíços
2 – Pinschers, Schnauzer, Molossos e Boiadeiros Suíços
3 – Terriers
4 – Dachshunds
5 – Spitz e Tipo Primitivo
6 – Sabujo e Rastreadores
7 – Cães de Aponte
8 – Retrievers, levantadores e cães de água
9 – Cães de Companhia
10 – Galgos e Lebreiros
11 (Bônus) – Raças só reconhecidas pela CBKC e ainda sem reconhecimento internacional 

 Se você quer saber mais sobre cada característica e raça que pertence a cada grupo canino, você pode conferir neste artigo. 

Atualmente existem dez raças de cães com origem brasileira reconhecidas pela CBKC, e dessas apenas três são reconhecidas internacionalmente pela FCI. Neste artigo, vamos conhecer melhor e explorar sobre as raças de cães com origem brasileira. 

 Fila Brasileiro 

O fila brasileiro, ou onceiro, foi a primeira raça brasileira reconhecida internacionalmente, classificada como pertencente ao grupo 2 (Pinschers, Schnauzer, Molossos e Boiadeiros Suíços). Ele é um cão robusto utilizado como cão de guarda e companhia. 

Existem muitas discussões sobre qual a verdadeira origem do fila brasileiro. A primeira teoria é que ele é o resultado de um cruzamento entre cães de trabalho de origem inglesa de grande porte, como o mastins-ingleses, os bloodhounds e os antigos buldogues ingleses, já que possui características dessas raças. 

Outra teoria é que o fila brasileiro seja descendente de cães primitivos portugueses e espanhóis, trazidos ao Brasil durante a União Ibérica no século XVI e XVII. 

O que se sabe é que o fila brasileiro é uma raça tão antiga que chegou a ajudar os colonizadores e bandeirantes na conquista de territórios e na proteção de rebanhos e comitivas. 

O fila brasileiro é um animal robusto e forte, porém comportado e seguro. Seu nome deriva da palavra “filar”, que significa “agarrar, segurar ou prender”, ou seja, é um cão que morde e não solta, tendo o nome similar a cães portugueses, como o fila de São Miguel

Terrier brasileiro 

O terrier brasileiro, também conhecido como fox paulistinha ou foquinho, é outro cão brasileiro reconhecido internacionalmente, pertencente ao Grupo 3 – Terriers.  

Uma teoria sobre sua origem se dá no final do século XIX e começo do século XX, quando jovens brasileiros de classe mais alta viajavam para a França e Inglaterra para estudarem em grandes universidades. Por passarem anos na Europa, muitas vezes voltavam já casados e com os cães de pequeno ou médio porte que eram excelentes para o convívio com família, os diversos cães de tipo terrier. 

Os cães de tipo terrier, além da companhia, eram perfeitos para a caça de pequenas pragas e ratos na fazenda de seus tutores. Assim, acabaram ficando e cruzando com os cães locais para formar a nova raça. 

Outra teoria afirma que o terrier brasileiro tem uma origem bem mais antiga, e que é um descendente de raças espanholas e portuguesas presentes em embarcações ainda no final do século XVI. Esses cães, como o ratonero bodeguero andaluz, eram utilizados na caça de ratos e pragas nos navios, e são muito mais parecidos fisiologicamente com os fox paulistinhas

Assim como todos os terriers, o terrier brasileiro é um cão de médio e pequeno porte, ótimo caçador, mas também um perfeito e amoroso cão de companhia. Ele é alerta, muito incansável e ativo, esperto e amigável, porém desconfiado com os estranhos. 

O terrier brasileiro possui um corpo esbelto, e pelos curtos, adaptados para o clima tropical brasileiro. Além disso, os foquinhos são majoritariamente brancos com manchas nas costas. 

Rastreador Brasileiro 

O rastreador brasileiro, também chamado de urrador, pantaneiro e até mesmo onceiro, é um cão reconhecido internacionalmente como do grupo 6 – Sabujo e Rastreadores. Como o próprio nome já diz, ele é um cão de caça especializado em rastrear. A raça é especialmente utilizada para o levante e o encurralamento de animais, incluindo animais grandes e predadores, como onças e onças pardas. 

Diferente do fila brasileiro e do fox paulistinha, o rastreador brasileiro foi desenvolvido intencionalmente por meio da seleção genética a partir do foxhound americano, com o objetivo de criar um cão de caça ágil e adaptado ao clima tropical brasileiro. A raça foi desenvolvida pelo cinófilo Oswaldo Aranha Filho, o filho do antigo embaixador brasileiro nos EUA, que tinha o objetivo de criar um animal com cor clara e sem cor amarela, com um excelente olfato e um latido alto.  

Além disso, a raça deveria ter grande resistência, coragem e persistência para conseguir perseguir animais como raposas, tatus, porcos-do-mato e até mesmo onças pardas e onças sem se intimidar e por quanto tempo fosse necessário, até mesmo em pântanos e rios. Todas as características perfeitas para um cão de caça. 

A raça chegou a ser considerada extinta, mas por conta de doações do cinófilo a fazendeiros na época e a reconstrução a partir dos anos 2000, ela foi reconhecida novamente. 

O rastreador brasileiro é um cão forte, rústico, alegre e não agressivo. Ele possui energia e persistência para correr durante horas em terrenos acidentados e sob altas temperaturas sem dificuldade. É um excelente caçador de grande porte, pelo liso e orelhas grandes. Além disso, ele é tranquilo, apegado ao dono, autoconfiante e dócil, não é tímido e nem agressivo. 

Buldogue Campeiro 

O buldogue campeiro é uma raça ainda não reconhecida internacionalmente, mas que pertenceria ao mesmo grupo do buldogue inglês, o grupo 2 – Pinschers, Schnauzer, Molossos e Boiadeiros Suíços. 

 Sua origem é oriunda dos antigos buldogues trazidos ao Brasil pelos imigrantes europeus, sendo desenvolvida no sul do país. A palavra “Campeiro” remete ao campo, relacionando a raça ao seu trabalho de captura de gado arredio em meio ao campo e mata nativa. Além disso, eram utilizados como companheiros e cães de guarda de fazendas e campos. 

 O buldogue campeiro é um cão forte e potente, com maxilares fortes e projetados para segurar o boi. Seu focinho tem o comprimento ideal para o agarre de um bovino independente do seu tamanho e peso. Ele é vigilante, tranquilo, com espírito de luta e companheiro do seu tutor. Similar ao buldogue inglês, a raça nacional possui porte médio, pelo curto e aspecto imponente e robusto. 

Buldogue serrano 

O buldogue serrano é uma raça muito similar e que possuía as mesmas tarefas do buldogue campeiro. A raça ainda não é reconhecida internacionalmente, mas pertenceria ao grupo 2 – Pinschers, Schnauzer, Molossos e Boiadeiros Suíços

 A versão mais aceita de sua origem, é que o buldogue serrano foi outra raça que se originou dos buldogues trazidos por imigrantes no século XIX. No entanto, é o resultado de uma mistura entre raças como o bullenbeisser, o buldogue maltês, o antigo buldogue inglês e até mesmo o alano español que teria atravessado as fronteiras. Além do fila de terceira, uma raça portuguesa já extinta, similar aos buldogues. 

Ao contrário dos buldogues campeiros, que possuem aptidão para trabalhos em campos, o buldogue serrano é mais leve e possui aptidão de caça e recuperação de gado nas encostas das serras e nas serras gaúchas. 

O buldogue serrano é parecido com o seu “primo” campeiro, no entanto ele é mais leve para ter energia e agilidade para o trabalho nas serras e baixo para passar por baixo das cercas das fazendas de gado. É um cão dócil e meigo com as pessoas, mas também é um ótimo guardião atento e versátil. É corajoso e disciplinado ao seu tutor. 

Dogue brasileiro 

O dogue brasileiro, também chamado de brazilian dogo ou bull boxer, é um cão de guarda urbano familiar criado no Brasil. Atualmente a CBKC só reconhece a raça como pertencente ao grupo 11 – Raças não reconhecidas pela CBKC, mas devido às suas características e utilidade, ele seria do grupo 2 – Pinschers, Schnauzer, Molossos e Boiadeiros Suíços. 

O dogue brasileiro foi desenvolvido acidentalmente pelo criador de bull terriers, Pedro Ribeiro Dantas, que após a insistência de um vizinho, cruzou um de seus cães da raça com uma cadela da raça boxer. Ao nascer a ninhada, Pedro ficou com uma cadela chamada Tigresa, e percebeu que ela tinha as características, qualidades e aptidões excepcionais e superiores de cada raça. Assim, ele começou o desenvolvimento da nova raça, que chamou de dogue brasileiro por sua característica forte, como os dogues, e sua origem nacional. 

Assim como Tigresa, os dogues brasileiros são carinhosos, obedientes e com uma excelente aptidão física e vigor. São animais funcionais, ágeis, fortes, ativos e observadores, excelentes na guarda doméstica. Assim como as raças que originaram, os dogues brasileiros são apegados à família e equilibrados, com muita dedicação e amor. 

Ovelheiro gaúcho 

O ovelheiro gaúcho, ou ovelheiro brasileiro, é um cão originário no Rio Grande do Sul, considerado por lei patrimônio cultural e genético do estado. É uma raça de cão pastor ainda não reconhecido pela FCI, mas por sua habilidade e histórico em pastoreio, seria pertencente ao grupo 1 – Pastores e Boiadeiros, exceto os suíços. 

O ovelheiro gaúcho é resistente e ágil, sendo muito obediente para as atividades de pastoreio, principalmente de ovelhas, mas também é utilizado em outros rebanhos. Até hoje, a raça é utilizada no trabalho em campo no sul do país. 

Histórias dizem que um bom ovelheiro substitui três homens, e um peão sem um cão da raça, vale meio peão. Na rotina das fazendas, é comum o ovelheiro gaúcho chegar a fazer o trabalho sozinho com facilidade. Além de trabalhar sem a presença do peão para acompanhar no pastoreio, ele é responsável fazer a guarda do rebanho. 

Assim como diversas raças brasileiras, não se sabe a origem exata da raça, já que ela não foi planejada. A teoria mais aceita é que o ovelheiro gaúcho é um descendente de diversos cães de pastoreio do Rio Grande do Sul junto com outras raças que deram características distintas, como o border collie, o rough collie, o cão da Serra da Estrela e até mesmo o pastor alemão. Com a mistura e a escolha de filhotes de cães com maior aptidão para o pastoreio, surgiu a nova raça. 

Os ovelheiros gaúchos são de estatura média, com pelagem não muito longa e com grande resistência, agilidade e rusticidade. Eles são de fácil adaptação, obedientes e não são agressivos. No entanto, são cães de alarme que latem por qualquer ruído. 

Pastor da Mantiqueira 

O pastor da Mantiqueira, também conhecido como policialzinho ou pastorzinho caipira, é um cão boiadeiro de porte médio, que tem origem na Serra da Mantiqueira, no sudeste do Brasil. O pastor da Mantiqueira não é reconhecido internacionalmente, mas pelo seu trabalho e comportamento, ele seria do grupo 1 – Pastores e Boiadeiros, exceto os suíços. 

Assim como a maioria das raças brasileiras, a origem do pastor da Mantiqueira é incerta. Uma das teorias diz que ele tem origem em uma antiga raça conhecida como “policial”, dando origem ao seu apelido “policialzinho”. Outra teoria mais aceita é que o Pastor da Mantiqueira é uma mistura de raças como o pastor garafiano e o pastor basco, e posteriormente com o cão da Serra da Estrela. Os peões da serra escolhiam os melhores cães para acasalar e atender às suas necessidades, e assim surgiu a nova raça. Como a Serra da Mantiqueira tem um acesso difícil a outros cães, a raça acabou se preservando com o tempo. 

Os pastores da Mantiqueira são animais com uma habilidade especial no trabalho de rebanhos de ovinos, equinos e principalmente bovinos na serra com difícil acesso, onde os peões não conseguiam chegar. Eles são cães de trabalho árduo, cheios de energia e vitalidade. São espertos, alertas, responsáveis, inteligentes e conseguem até mesmo sem a presença do, por conta da necessidade na serra. 

Possui pelagem variável, pode ser curta, média ou longa, com pelos lisos ou crespos, assim como a cor dos pelos também pode variar.  

Veadeiro Nacional 

O veadeiro nacional, também chamado de veadeiro paulista, é uma antiga raça de cães de caça com origem brasileira, e era utilizada em grande escala na caça do veado-campeiro. A raça ainda não é reconhecida internacionalmente, mas a CBKC classifica seu futuro como pertencente ao grupo 6 – Sabujo e Rastreadores, embora também tenha características de um cão galgo. A raça quase foi extinta com a proibição da caça esportiva e caça comercial de veados e cervos no Brasil, mas hoje é utilizada na caça legal de javalis selvagens. 

Acredita-se que o veadeiro nacional é descendente dos cães de caça trazido pelos colonizadores, que foram cruzados com cães selvagens e cães criados pelos povos originários para adaptá-los ao clima tropical. 

O objetivo era criar um cão que aguentasse o clima mais quente e tivesse aptidão para a caça em mata fechada. Sua genética é parecida com a de galgos e podengos portugueses. No entanto, com o ápice da popularidade no meio rural e para melhorar o faro, eles foram cruzados com os cães do tipo hound, como o rastreador brasileiro e o foxhound

Sendo uma mistura de cães de caça ágeis com várias características essenciais, como as altas velocidades e um excelente olfato, a raça se popularizou no século XX onde era utilizado para a caça de veados e até de onças. 

O veadeiro nacional é um cão de porte médio, esbelto e musculoso. É atlético, ágil, elegante, rústico e resistente. Durante a caçada, consegue correr por horas em terrenos irregulares sob forte calor. Ele também é energético e muito apegado ao dono e a outros cães do seu grupo, mas é reservado com estranhos. 

 Veadeiro pampeano 

A última raça, até então, reconhecida pela Federação Brasileira de Cinofilia é a veadeiro pampeano, também chamado de cerveiro pampeiro, perdigueiro gaúcho, bianchini e muitos outros nomes. O veadeiro pampeano, além do Brasil, também tem origem na Argentina e no Uruguai. Assim como o veadeiro nacional, o pampeano possuía a mesma função de caça de animais como os cervos e veados e hoje é utilizado na caça legal de javalis. Sua classificação seria do grupo 6 – Sabujo e Rastreadores. 

Embora possua características e trabalhos parecidos com o veadeiro nacional, o veadeiro pampeano é uma raça distinta reconhecida pela CBKC. Sua origem não é conclusiva, mas acredita-se que o veadeiro pampeano seja um cão descendente de cães do tipo primitivo trazidos na época do Brasil colônia, que chegaram à fronteira com a argentina acompanhando caçadores e, através de cruza e adaptação ao novo clima, surgiu a nova raça. 

Outra hipótese é que o veadeiro pampeano seja na realidade um cão nativo da América do Sul, já que ele é encontrado por várias regiões do Brasil e especialmente nas pampas, um bioma presente no Rio Grande do Sul, Argentina e Norte do Uruguai, e que deu nome à raça “pampeano”.  

O veadeiro pampeano é um excelente caçador, especialista em caçar em grupo ou até mesmo sozinho, com um excelente faro e habilidade para correr em altas velocidades em terrenos acidentados. Ele é muito obediente ao seu tutor, brincalhão, aventureiro e energético. O veadeiro pampeano é tranquilo, dócil e um excelente cão de companhia, mas pode se mostrar arisco com estranhos.  

É um cão de porte médio, comprido e musculoso, com o pelo sempre curto e claro. É forte, esbelto e com um corpo propício à velocidade. 

Conclusão 

O Brasil é um país com uma enorme variedade e diversidade de fauna, e com os cães não seria diferente. As raças de cães com origem brasileira são uma prova do reflexo da rica cultura e história brasileira. Essas raças não só desempenham até hoje papéis específicos e importantes.  Mas também são a testemunha da influência de diferentes culturas que contribuíram para a formação dos cães e da sociedade ao longo dos séculos. Eles foram moldados pelo clima, geografia, adaptabilidade e funcionalidade que o melhor amigo do homem precisou desenvolver ao longo do tempo. 

Apesar de origens variadas e incertas, os cães brasileiros representam um patrimônio histórico e genético nacional, adaptados ao ambiente e às necessidades locais. Todos, reconhecidos internacionalmente ou não, representam traços de resistência, inteligência e lealdade que os tornam grande parte de suas famílias. Seja em trabalho ou na companhia, o cão é realmente o melhor amigo do homem, né? 

Bônus – Vira-lata Caramelo 

Dia do SRD: Dicas para Adaptação de Cães Resgatados

O SRD caramelo, conhecido carinhosamente como vira-lata caramelo ou simplesmente caramelo, é um cão SRD que se tornou um símbolo popular e nacional no Brasil. Atualmente, ele não pertence e nem é reconhecido em nenhum grupo específico da FCI ou da CBKC. No entanto, possui características únicas que o torna especial e amado por todos os brasileiros. 

A origem do caramelo é tão variada quanto a sua aparência, resultado de gerações de cruzamentos e adaptações entre diversos cães. Eles são conhecidos pela pelagem curta de cor caramelo, a característica mais marcante que deu origem ao seu nome. O caramelo possui variedade de porte e personalidade, mas sempre são muito alegres, leais e extremamente afetuosos a sua família e tutores. 

Os caramelos, assim como outros cães SRD, são adotados em grande parte através de abrigos e campanhas de adoção. Também são um dos animais mais presentes nas ruas por conta do abandono, por isso viraram um verdadeiro símbolo de resistência e adaptabilidade. Eles são encontrados em ambientes urbanos e rurais variados, demonstrando sua incrível capacidade de adaptação. Além de serem ótimos companheiros, inteligentes, ágeis e muito amorosos. 

Os caramelos são verdadeiros representantes do espírito resiliente e amoroso dos cães no Brasil. Sua popularidade e presença em todos os ambientes mostraram que esses cães têm muito amor e lealdade para oferecer. Mesmo sem ser uma raça específica, os caramelos com certeza são uma das “raças” com origem brasileira mais importantes para nossa cultura nacional atual. 

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Compreendendo alguns comportamentos curiosos dos cães

O cão é o melhor amigo do homem, e também é o animal domesticado mais antigo da história. Mas isso não significa que já deciframos todos os seus segredos. Assim como os felinos, que possuem muitos comportamentos estranhos, os cães também possuem hábitos curiosos que nem sempre entendemos completamente. Neste artigo, vamos compreender melhor alguns comportamentos curiosos dos cães, como o hábito de cheirar os traseiros uns dos outros ou dar voltas na cama antes de deitar.

Aliás, você quer saber sobre os comportamentos curiosos dos felinos? Você pode conferir clicando aqui!

Cheirar os Traseiros dos Outros Cães

Compreendendo alguns comportamentos curiosos dos cães

No meio do passeio do seu melhor amigo ele se encontra com outro cão da vizinhança e começa uma sessão intensa de troca de odores por baixo dos rabos. Esse comportamento estranho, que para nós é desconfortável, é completamente normal para os cães.

Os cães possuem pequenas glândulas nos seus traseiros que produzem feromônios que transmitem suas informações e notícias diárias. Isso significa que, quando um cão cheira o traseiro do outro, utilizando seu olfato aguçado e um órgão auxiliar chamado órgão vomeronasal, ele consegue saber sobre detalhes da vida do outro animal, como sexo, dieta, estado de saúde, estado emocional e até mesmo características de personalidade e de reprodução do outro.

Além de obter todas essas informações, cheirar o traseiro de outro cão permite que eles se lembrem de encontros anteriores e momentos compartilhados. Esse é o mesmo motivo dos cães sempre tentarem cheirar as partes íntimas das pessoas!

Enterrar objetos

Um cãozinho recebendo um osso e enterrando no quintal é um clássico dos desenhos animados. Mas você já se perguntou por que eles fazem isso?

A resposta para essa pergunta é mais simples do que parece. Eles estão guardando a comida para depois! Esse hábito é um instinto primitivo herdado de seus ancestrais lobos, que enterravam o restante de suas caças para se alimentar depois, quando já se sentiam satisfeitos.

Como os cães possuem um olfato muito aguçado, eles podem esconder o restante do seu alimento em lugares diferentes debaixo da terra para localizar depois através do cheiro. Em casa isso acaba também sobrando para móveis ou debaixo dos tapetes.

Como no ambiente doméstico os cães não precisam caçar, muitas vezes eles acabam enterrando os brinquedos, petiscos ou ossos oferecidos pelo tutor, que consideram objetos valiosos que desejam esconder, preservar e desfrutar sozinho posteriormente.

Girar ou cavar a cama antes de deitar

É hora de dormir, seu cãozinho está com a caminha toda pronta e organizada, mas antes de deitar ele dá uma pequena voltinha e uma enterrada na cama. Esse é mais um dos comportamentos curiosos dos cães!

Os cães são os herdeiros comportamentais dos lobos, e esse hábito de dar uma voltinha e cavar o local de dormir também veio de seus ancestrais. Na natureza, os lobos não possuem o luxo de uma cama macia com almofadas e mantinhas, eles precisam encontrar o próprio local seguro e confortável para descansar. A pequena cavada pode formar um buraco quentinho e adequado, como um ninho, na terra ou na grama para deitar confortavelmente.

A voltinha antes de dormir também é um comportamento herdado dos lobos. Esse “pequeno desfile” que ele faz para o tutor não tem o objetivo de exibir sua beleza. Os cães podem girar antes de deitar para olhar sua família antes de deitar, conferindo a localização de todos para ficar mais seguro. Também aproveitam para conferir a direção do vento para esconder seu cheiro e farejar possíveis ameaças. Esse ritual também serve para marcar o território do seu local de descanso, amaciar o terreno em volta e garantir que o ambiente esteja adequado para um sono tranquilo.

Correr atrás do próprio rabo

Cães são animais extremamente energéticos e curiosos, principalmente os mais jovens. Se o cão está perseguindo incansavelmente o próprio rabo, pode ser uma maneira de diversão e entretenimento, como se ele estivesse caçando a cauda. Geralmente esse comportamento reflete sua curiosidade natural, vitalidade e energia.

No entanto, o cão também pode perseguir o próprio rabo por outros motivos não tão agradáveis. Isso pode ser um sinal de tédio e falta de estímulo adequado, principalmente os cães mais energéticos. Os peludos podem recorrer a isso como uma forma de combater o tédio, gastar a energia acumulada e até mesmo chamar a atenção do tutor.

Além disso, problemas de saúde e ferimentos também podem ser um motivo para esse comportamento. Parasitas, como pulgas e carrapatos que se instalaram na cauda, ou alergias alimentares, podem causar dores e coceira nas regiões traseiras, levando o cão a morder ou perseguir o próprio rabo como uma forma de aliviar o desconforto. Se esse comportamento persistir ou for acompanhado de outros sintomas, é ideal levar seu peludo a um veterinário.

Comportamentos estranhos dos cães
Compreendendo alguns comportamentos curiosos dos cães

Perseguir motos, bicicletas e carros

Quem já passou por bairros com muitos cães de rua ou soltos, certamente já percebeu que, sempre que um veículo passa, os cães costumam correr atrás dele! Existem diversos motivos para esse comportamento canino.

O primeiro motivo é, para os cães, os carros, motos e bicicletas estão literalmente fugindo. O tamanho, velocidade e movimento dos veículos na rua, que parecem que estão em fuga, simula perfeitamente o comportamento de presas maiores na natureza, despertando o instinto de perseguição dos cães.

Outro motivo é a defesa do território. Para os cães, os veículos barulhentos e grandes representam animais intrusos que estão invadindo seu espaço, e eles podem atacar para proteger seu território. Esse hábito até mesmo incita os outros cães do grupo a fazer o mesmo. Como os veículos tendem a continuar seu caminho em direção oposta do cão, eles interpretam que seu esforço está valendo a pena e seu território está protegido.

Além disso, alguns cães podem perseguir veículos simplesmente por diversão. Como os humanos não conseguem alcançar as altas velocidades dos cães nas brincadeiras, perseguir um carro ou uma moto pode ser bem mais satisfatório para eles do que correr com seus tutores.

Estão sempre com a língua para fora

Um dos comportamentos curiosos dos cães, é o hábito de sempre manter a língua para fora. Esse comportamento também possui alguns motivos específicos e interessantes. Primeiramente, para os cães, ficar com a língua de fora é como um sorriso. O pet faz isso quando está tranquilo e bem relaxado. Alguns até mesmo dormem com a língua para fora.

O segundo motivo é para regular a temperatura corporal, geralmente em dias muito quentes ou após uma sessão de brincadeiras onde eles praticaram muitos exercícios. Quando estão com muito calor, o cão transpira pelas almofadas das patas, coloca a língua para fora e acelera a respiração. Esse processo ajuda a expelir o ar quente do corpo, e substitui por um ar mais fresco e adequado.

Levantam uma patinha da frente

Você já reparou no seu cãozinho levantando uma patinha da frente em casa ou durante o passeio? Esse comportamento é parte do seu instinto natural para concentrar o olfato e localizar o cheiro que atraiu a sua atenção. Se seu cãozinho fez isso durante um passeio, ele está investigando a origem de um cheiro específico, pode ser de uma comida, de outro cão, de algum animal para caçar ou simplesmente um odor diferente.

Por outro lado, se seu cão está dentro de casa e levanta uma patinha para você, ele está te chamando para brincar! É hora de pegar sua bolinha preferida, o cabo de guerra ou qualquer outro brinquedo para entreter o seu melhor amigo peludo.

Eles entendem o que você fala

Seu cão é daqueles que basta você falar “passeio” que ele já fica animado a procura da coleira? Assim como já vem correndo ao falar “ração” e se esconde ao falar “veterinário”? Pois é, seu cão consegue entender várias palavras do que você diz! Alguns estudos revelaram que os cães conseguem entender até 89 palavras que seus tutores falam, incluindo seus nomes, comandos, elogios e coisas agradáveis como “comida” ou “passeio”. Além disso, eles conseguem entender gestos e expressões corporais dos humanos para receber bem a mensagem.

No entanto, muitas vezes o seu cão entende principalmente a entonação da voz utilizada. Isso quer dizer que, mesmo que você fale algo que pareça desgradável, mas com uma voz de bebê, ele pode se sentir feliz com aquilo.

Aliás, você já estava falando com seu cão e ele te encarou, inclinou o rosto e parecia que estava te entendendo? Embora muitas vezes ele possa não entender o que você está falando, ele está tentando! O cãozinho pode inclinar a cabeça para tentar compreender melhor o som que está ouvindo, ajustando as orelhas para captar melhor o som. Ou se ele ouviu uma palavra agradável, pode inclinar a cabeça para ter certeza que foi isso mesmo!

Outra tese diz que os cães inclinam a cabeça para enxergar melhor e prestar atenção no seu tutor falando, já que o focinho pode atrapalhar a sua visão, e inclinar pode deixar o rosto do tutor mais aparente para eles. O que importa é que em ambos os casos eles estão ouvindo e prestando atenção. Fofo, né?

Conclusão

Os cães são animais muito inteligentes que não param de nos surpreender, não é? Cada um com suas peculiaridades e comportamentos estranhos. seu cãozinho possui algum comportamento ou hábito diferente? Aliás, você sabia que alguns cães possuem comportamentos específicos por conta da sua raça? Isso se deve ao treino e características herdadas dos seus ancestrais.

Se você quer saber mais curiosidades sobre os pets, confira como os nossos bichinhos enxergam, e também algumas estratégias para lidar com os cães hiperativos.

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Miados noturnos, o que podem ser?

Você já está pronto para dormir, quase pegando no sono, quando começam os picos de energia e os miados que atrapalham o seu precioso descanso. Embora saibamos que nossos gatos não fazem isso por mal, esse hábito pode ser muito incômodo e causar preocupação aos tutores, além de afetar a rotina de sono da família e dos vizinhos. Neste artigo, vamos explorar mais sobre os miados noturnos, o que podem ser, se devemos nos preocupar e o que fazer.

Por que os gatos miam?

Antes de mais nada, vamos entender o que são os miados, independentemente da hora do dia. Os miados dos gatos são sua principal forma de comunicação com os humanos, já que, entre felinos, a linguagem predominante é através da expressão corporal. Isso significa que, se seu gatinho está miando para você, ele está tentando expressar algo ou transmitir uma mensagem.

Aliás, existem diferentes tipos de miados, cada um com seu próprio significado e intenção. Cabe ao tutor ficar atento para compreender o que seu bichano está tentando comunicar.

E os miados noturnos, o que podem ser?

Não existe apenas uma razão para os miados na hora de dormir. O miado noturno tem o mesmo objetivo de qualquer outro miado do gato para o seu tutor: chamar a atenção do seu tutor e expressar desconforto com algo.

Algumas vezes, esses miados são resultado de comportamentos naturais que podem ser resolvidos facilmente. No entanto, é importante sempre ficar atento a outros sinais que possam indicar a necessidade de levar seu bichano ao veterinário.

Miados noturnos o que podem ser

Tédio

Apesar de serem conhecidos por sua preguiça e dormirem até 16 horas por dia, os gatos podem ficar entediados se não receberem estímulos adequados e brincadeiras durante o dia. Isso pode resultar em picos de energia por conta do tédio à noite, quando seu tutor está em casa para brincar com ele.

Com a casa em silêncio, a presença do tutor e os picos de energia por ficarem o dia todo dormindo em casa, os miados podem ser a forma de chamar a atenção do seu dono para uma boa brincadeira.

Para evitar esse pico de energia e os miados atrapalhando o seu sono, reserve um momento no dia para brincar com seu bichano. Os gatos são animais crepusculares, então ao amanhecer ou anoitecer são ótimos períodos para gastar a energia do seu gato e permitir que ele tenha uma noite de sono tranquila, além de deixar você dormir.

Além disso, enriquecer o ambiente do seu gato com tocas, prateleiras, poleiros e brinquedos pode oferecer estímulos para mantê-lo ocupado e gastar energia, e menos propenso a ficar entediado e miar durante a noite.

Carência

Gatos podem ser muito afetuosos e carentes, especialmente quando seus tutores passam longos períodos fora de casa durante o dia, e chegam a noite só para descansar.  O gato pode miar à noite, quando seu tutor está em casa, para chamar sua atenção e receber uma boa sessão de carinhos e ronrons.

Neste caso, não há o que fazer! Acorde e dê muita atenção e carinho para o seu gato se acalmar, você pode até aproveitar o momento para dormir com o peludo.

Fome ou sede

Você consegue dormir sem um lanchinho? Pois é, seu gato também não!

Os gatos são animais que gostam da comida sempre acessível para se alimentarem em pequenas porções durante o dia, e eles podem ir até seu potinho fazer uma boquinha até mesmo de madrugada. O mesmo vale para a água. Se seu gato estiver com fome ou sede e potinhos vazios, ele vai miar para chamar a atenção do seu tutor e ser alimentado.

No entanto, não é ideal levantar de madrugada para alimentar o gato sempre que ele miar, já que pode deixá-lo mal acostumado e manter o hábito de miar à noite. Se a fome ou sede forem os motivos dos miados do seu bichano, tente deixar uma porção de ração e água nos seus potinhos antes de ir para cama.

Caixinha de areia suja

Você se incomoda se for usar o banheiro e não puxaram a descarga? O seu gato também! Só que no caso dele, você deve puxar a descarga para ele todos os dias. Se você esqueceu de fazer isso e ele encontrou alguma sujeira lá durante a sua ida ao banheiro de madrugada, pode ser que ele mie para te avisar que você esqueceu de uma tarefa!

Cio e acasalamento

Se você ouve miados muito altos vindo da rua ou de outras casas de madrugada, esses são os miados que os gatos fazem quando estão acasalando. Esses miados durante o acasalamento são emitidos principalmente pela fêmea, já que a cópula dos felinos é especialmente mais dolorosa para ela.

Durante o cio, os gatos também costumam miar mais, só que dessa vez não é para os humanos. Por conta dos hormônios e necessidade de reprodução, os gatos tendem a ter comportamentos indesejados, como fugas, carência e agressividade. As fêmeas felinas costumam miar para chamar a atenção de machos, enquanto os machos respondem com miados para se aproximar da possível parceira.

Por isso a castração é tão importante para os peludos

Quando devo ficar atento?

Se seu gato começou o hábito de miar excessivamente, especialmente à noite, e você já descartou todas as outras hipóteses, esse pode ser um sinal de dor ou doença.

Gatos são animais que não gostam de demonstrar dor. Por isso, se os miados noturnos são frequentes e sem parar, você deve buscar um médico veterinário com urgência para o bem-estar do seu felino. Um plano de saúde pet é essencial para cobrir qualquer necessidade emergencial.

Junto com os miados noturnos, fique sempre alerta para outros sinais e sintomas que seu pet pode demonstrar para garantir que o veterinário tenha todas as informações possíveis durante a consulta.

Meu Plano Pet

Agora que você já sabe o que podem ser os miados noturnos, compartilhe este post com outras pessoas que podem se incomodar com os miados noturnos dos seus felinos. Para saber mais sobre o universo pet nos siga nas redes sociais e acompanhe outras postagens do nosso blog.

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Qual a diferença entre Leishmaniose, PIF, FIV e FeLV? | Agosto Verde Claro Pet

No mundo pet, o mês de agosto é marcado pelo verde claro, a cor da campanha de conscientização de doenças graves que podem afetar nossos amados pets, principalmente os gatos. Neste artigo, vamos entender quais são essas doenças e qual a diferença entre a leishmaniose, PIF, FIV e FeLV, além de explorar suas causas, sintomas e tratamentos.

Até 2023, o Agosto Verde Claro era o mês de conscientização da leishmaniose, uma zoonose que afeta pessoas e principalmente cães. Mas a partir de 2024, a campanha foi ampliada para incluir a prevenção e conscientização de doenças felinas graves, que afetam principalmente os gatos domésticos.

Qual a diferença entre Leishmaniose, PIF, FIV e FeLV?

Embora as quatro doenças possam afetar os pets, a leishmaniose é mais comum em cães, enquanto as outras três são exclusivas dos gatos. No entanto, em casos raros, a doença também pode afetar os gatos. Além disso, todas as doenças atacam o sistema imunológico dos animais.

Todas as doenças possuem diferentes causas, enquanto a leishmaniose é provocada por um protozoário do gênero leishmania, as doenças felinas são transmitidas por diferentes vírus.

A seguir, vamos conferir qual a diferença entre leishmaniose, PIF, FIV e FeLV e que sinais você deve ficar atento!

Leishmaniose

A leishmaniose é uma infecção parasitária causada por um protozoário do gênero leishmania, que ataca principalmente o sistema imunológico. Sendo uma zoonose, pode ser transmitida de animais para humanos e vice-versa.

É uma doença grave que pode levar o infectado ao óbito, seja ele humano ou animal. Embora afete principalmente cães e humanos, a doença também pode infectar outros mamíferos, como os gatos.

Forma de transmissão

A leishmaniose é transmitida exclusivamente pela picada do mosquito palha fêmea infectado, que pode ingerir o protozoário através do sangue e levar ao próximo hospedeiro.

Quando em contato com o hospedeiro, o protozoário ataca as células responsáveis por proteger o organismo de corpos estranhos e  se multiplica. Ela pode atingir diferentes órgãos e partes do corpo do animal ou pessoa infectada, como fígado, baço e medula óssea.

Sintomas

Existem dois tipos de leishmaniose, mas a manifestação mais comum nos pets é a leishmaniose visceral.

Nos cães, a doença provoca febre, fraqueza, perda de apetite, problemas respiratórios, diarreia, crescimento das unhas, pele descamando e queda de pelos, feridas pelo corpo, orelhas e focinho, e insuficiência renal e hepática. No entanto, como a doença também afeta o sistema imunológico, sintomas de outras doenças afetando todo o corpo podem aparecer.

Os sintomas também podem variar para diferentes espécies que o protozoário ataca. Além disso, por ser uma doença de evolução crônica, a maioria dos animais pode não apresentar sintomas, e o protozoário ataca silenciosamente as células. Por isso, a forma de diagnóstico mais precisa é através de exames laboratoriais.

Prevenção

Atualmente, a vacina da leishmaniose para os cães está suspensa no Brasil pelo Ministério da Agricultura e Pecuária por desvios de conformidade, e a vacinação para humanos ainda não existe. Assim, as principais medidas de prevenção são o combate a proliferação do mosquito, uso de repelentes, coleiras anti-insetos, limpezas e controle dos animais de rua. O mosquito palha utiliza principalmente de matéria orgânica para botar seus ovos, então limpar as áreas residenciais e próximas são essenciais para evitar o contato com o mosquito.

Além disso, não acumular lixo e evitar ambientes que possam estar sujeitos a presença de outros mamíferos que são hospedeiros do protozoário, como marsupiais e roedores, também é uma medida importante de prevenção.

Tratamento

Atualmente, a leishmaniose canina não tem cura. No entanto, o tratamento com medicação indicada por um veterinário pode bloquear o metabolismo e multiplicação do parasita, que embora continue presente no organismo, não vai mais manifestar sintomas e a chance de contágio para outros animais será menor. O tratamento para a leishmaniose é para o resto da vida do pet, que também deve fazer exames de rotina a cada 6 meses. 

PIF (Peritonite infecciosa felina)

A Peritonite Infecciosa Felina, ou PIF, é uma doença viral extremamente perigosa, causada pelo Coronavírus Felino (FCoV). Ela afeta principalmente gatos filhotes, entre 3 meses e 2 anos, e pode afetar também gatos selvagens. A PIF nada mais é do que a mutação do coronavírus comum, que causa sintomas leves, dentro do organismo de gatos com o sistema imunológico suscetível ou imaturo, causando a doença grave.

Enquanto 80% da população mundial de gatos são portadores do coronavírus comum, e o sistema imunológico consegue combater a doença sem problemas, cerca de 1% a 10% dos gatos podem desenvolver a PIF. No entanto, por ser praticamente o mesmo vírus, é difícil diagnosticar se o vírus em um felino se trata da forma inofensiva ou grave.

Quando evolui para a forma que causa PIF, o vírus se multiplica em grande quantidade e afeta o sistema imunológico, causando intensa inflamação, principalmente nos órgãos abdominais e o peritônio, o que dá o nome a doença (peritonite).

Vale ressaltar que, o Coronavírus Felino não é o mesmo responsável pela infecção em humanos, e não é transmissível para outros animais além dos felinos.

Forma de transmissão

A forma de transmissão do Coronavírus Felino ocorre principalmente através do contato com fezes de animais contaminados, e não é transmissível diretamente entre os gatos. Vale ressaltar que o vírus já mutado da PIF não é contagioso, apenas o Coronavírus Felino comum, que está presente no intestino dos felinos, incluindo os que já estão curados e sem sintomas dessa forma da doença.

Geralmente, a maior parte dos contágios acontecem em ambientes com muito gatos, como abrigos e criadouros. O vírus é excretado nas fezes dos gatos infectados e os animais saudáveis podem se infectar pela ingestão ou até mesmo inalação dos vírus presentes nas fezes.

O vírus, após a mutação, perde a capacidade de contágio. Ou seja, a PIF só se desenvolve diretamente no corpo do gato com o vírus, e não é infectado por outros animais com a doença.

Sintomas

Os sintomas da PIF nos felinos dependem da resposta imunológica do organismo com a presença do vírus mutado. A PIF pode se apresentar de duas formas, a úmida (ou efusiva) ou a seca (não efusiva).

Ambas as formas apresentam alguns sintomas parecidos, como febre, perda de apetite, emagrecimento, diarreia e apatia. Na forma úmida, ocorre o acúmulo de líquido na região abdominal e inflamação nas vísceras, causando o aumento do abdômen, letargia, dificuldade para respirar e olhos e gengivas amarelados.

Enquanto na forma seca, podem ocorrer alterações neurológicas, insuficiência renal, inflamação ocular e crônica. No entanto, os sintomas costumam ser muito variados, além de serem leves ou não perceptíveis na fase inicial da doença.

Prevenção

Evitar a superlotação de gatos e manter uma boa higiene são medidas preventivas importantes. Evitar as fugas e saidinhas dos gatos também é uma medida para evitar o contato acidental do felino com as fezes de outros animais nas ruas.

Como a PIF pode ocorrer por uma imunidade debilitada, reduzir o estresse do felino é uma medida preventiva ideal, assim como garantir sempre um ambiente limpo e a troca periódica da caixinha de areia. 

Atualmente, não existe vacina eficaz no mercado, então o controle ambiental e o manejo adequado são cruciais para a sua prevenção

Tratamento

Até pouco tempo, a PIF era praticamente uma sentença de morte aos gatinhos, e o tratamento consistia no alívio de sintomas e melhora da qualidade de vida do felino.

Atualmente, já existem medicamentos direcionados exclusivamente para o tratamento da PIF, chamado de GS-441524. O medicamento interfere na capacidade do vírus se reproduzir, bloqueando a sua multiplicação e permitindo ao sistema imunológico combater a infecção.

No entanto, outros medicamentos e tratamentos são necessários para combater os sintomas da PIF, como a anemia e o acúmulo de fluidos.

Enquanto a leishmaniose afeta mais os cães, a PIF, FIV e FeLV são exclusivas dos gatos

FIV (Vírus da Imunodeficiência Felina)

A FIV é um vírus equivalente ao HIV para os gatos, que ataca diretamente e suprime o sistema imunológico dos felinos. Assim como o HIV para os humanos, a FIV pode acarretar na Síndrome de Deficiência Imunológica, a AIDS, e possui sintomas semelhantes.

Embora a semelhança com o HIV, a FIV não é zoonótica, ou seja, é um vírus completamente diferente que não é transmissível para os humanos ou outras espécies, e afeta somente os gatos.

Forma de transmissão

Ao contrário dos humanos, a FIV não é transmitida através de relações sexuais, e sim por mordidas profundas, onde o vírus é passado pela saliva de um gato infectado para o outro. A FIV é comumente transmitida durante brigas entre gatos, sendo mais frequentes em gatos não castrados e com acesso a rua.

Além disso, a transmissão também pode ocorrer de mães para filhotes.

Sintomas

Os primeiros sintomas geralmente são febre e a diminuição dos neutrófilos no sangue, as primeiras células responsáveis pela proteção do organismo. Assim como o aumento de linfonodos, estrutura que funciona como filtro para substâncias nocivas. Após essa fase inicial, o gato pode passar um período assintomático que pode durar um tempo variável.

No entanto, após alguns meses, ocorre uma queda significativa na imunidade do felino, de forma semelhante ao que acontece com a AIDS em seres humanos.

Após o enfraquecimento do sistema imunológico podem ocorrer infecções oportunistas, secundárias e doenças crônicas, além de diversos outros sintomas, como febre, perda de apetite, gengivite, infecções respiratórias e perda de peso. Outros sinais incluem diarreia crônica, doença de pele e problemas dentários.

Prevenção

A melhor forma de prevenção para a FIV é evitar o acesso dos felinos às ruas, o que pode evitar a ocorrência de brigas e disputa por territórios, diminuindo as chances de transmissão do vírus. A castração pode ajudar a reduzir os comportamentos agressivos e de marcação territorial. 

As caixas de areia e comedouros compartilhados devem ser limpos com água e detergente, que matam o vírus. Manter os ambientes e os pets sob supervisão para evitar brigas também pode diminuir o risco de transmissão.

Além disso, se uma fêmea com FIV ficar prenha, é recomendado que ela não amamente seus filhotes para diminuir o risco de infecção.

Tratamento

Atualmente, não há cura para a FIV. Os cuidados incluem manter o gato saudável e monitorado para possíveis infecções oportunistas e secundárias. Além disso, podem ser recomendados antivirais e imunomoduladores para melhorar o sistema imunológico do gato.

Embora não possua cura, com tratamentos para as doenças secundárias, dieta balanceada e cuidados veterinários regulares, um gato com FIV pode viver muitos anos com qualidade de vida.

FeLV (Leucemia Felina)

A FeLV, ou leucemia felina, é uma doença infecciosa que diminui de forma progressiva os linfócitos sanguíneos, enfraquecendo o sistema imunológico dos gatos. Isso os torna mais suscetíveis a outras infecções e doenças, incluindo o câncer.

Ao contrário da FIV, a FeLV pode ser transmitida de várias maneiras além das brigas, e afeta de forma ainda mais grave a saúde dos felinos.

Forma de transmissão

A FeLV é transmitida principalmente através do contato com secreções de gatos infectados, como a saliva, secreções nasais, urina, fezes e o leite materno. Assim como a FIV, a FeLV também pode ser transmitida durante brigas entre os felinos, no entanto, ela também pode ser transmitida durante troca de lambeduras e o compartilhamento de vasilhas de comida e água, que ficam infectados com a saliva.

A utilização da mesma caixa de areia também pode causar a infecção do vírus. Assim como a amamentação de mães com o vírus para seus filhotes.

Após a transmissão, alguns gatos podem ter apenas os sintomas iniciais e eliminar o vírus, outros conseguem eliminar após uma infecção, mas sem ser persistente. No entanto, existem casos onde o sistema imunológico não consegue eliminar o vírus, causando a supressão do sistema imunológico.

Sintomas

Os sintomas da FeLV podem variar dependendo da fase da infecção e de doenças secundárias que o vírus pode causar por conta da supressão imunológica. No estágio inicial, podem ocorrer febre leve, letargia, perda de apetite e, assim como com a FIV, o aumento dos linfonodos.

Se o sistema imunológico do gato conseguir suprimir o vírus, os sintomas serão os mesmos até a sua eliminação ou ele será assintomático. No entanto, se a infecção for persistente, sintomas mais graves podem ocorrer conforme a infecção progride.

Com a infecção persistente, a supressão do sistema imunológico e disseminação do vírus pelo corpo causa sintomas mais graves ao longo do tempo, como febre, anemia, perda de peso, fraqueza, infecções respiratórias, gengivite, diarreia, vômitos, distúrbios neurológicos e de pele.

Como a doença afeta os tecidos linfoides, ela está relacionada a vários tipos de tumores malignos, como linfomas e leucemias, assim como uma variedade de doenças secundárias devido a imunossupressão.

Prevenção

A melhor forma de prevenção contra a FeLV, atualmente, é a vacinação. Geralmente, a vacina contra a FeLV está inclusa na chamada vacina quíntupla felina. No entanto, não são todos os gatos que têm indicação para receber essa vacinação, e na maioria são administradas apenas a tríplice ou quádrupla.

Por conta disso, manter os gatos em ambientes internos e evitar o contato com gatos desconhecidos é a melhor forma de prevenção para animais não vacinados. Já que, além das brigas, a transmissão da FeLV pode ocorrer por por lambidas e compartilhamento de vasilhas.

Além disso, a separação de gatos infectados de gatos não infectados, assim como evitar o compartilhamento de itens e a higiene constante são medidas essenciais para controlar a disseminação do vírus. Os testes regulares para FeLV em animais propícios também é ideal para o controle precoce da doença.

Tratamento

Se a forma da doença for persistente, infelizmente, a FeLV não tem cura. O tratamento inclui o cuidado regular, suporte nutricional e o tratamento de infecções secundárias para prolongar a vida e melhorar a qualidade de vida do bichano.

Muitas vezes, o veterinário pode indicar medicamentos antivirais e imunomoduladores para fortalecer o sistema imunológico e controlar a progressão da doença. No caso de linfomas e tumores, o veterinário pode indicar quimioterapias e antibióticos.

Conclusão

Neste Agosto Verde Claro, exploramos as diferenças entre a leishmaniose, PIF, FIV e FeLV. Não esqueça que, se você notar um sintoma diferente ou comportamento no seu pet, seja cão ou gato, é essencial buscar o auxílio de um veterinário para o tratamento adequado. Nunca tente medicar seu pet em casa, principalmente com remédio para humanos.

É importante entender que essas doenças, além de comprometer a saúde dos pets, também necessitam de medidas preventivas, vacinação, controle ambiental e principalmente cuidados veterinários regulares. Com conscientização e ações preventivas, podemos proteger nossos animais de estimação que são membros importantes da nossa família.

Plano de Saúde Pet

Você sabia que os pets também podem ter plano de saúde? Alguns planos, como as coberturas mais completas do Meu Plano Pet cobrem todos os procedimentos veterinários, incluindo castração, vacinação e exames laboratoriais, para garantir que seu pet tenha uma vida feliz e saudável do seu lado! 

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