Qual a diferença entre Leishmaniose, PIF, FIV e FeLV? | Agosto Verde Claro Pet

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No mundo pet, o mês de agosto é marcado pelo verde claro, a cor da campanha de conscientização de doenças graves que podem afetar nossos amados pets, principalmente os gatos. Neste artigo, vamos entender quais são essas doenças e qual a diferença entre a leishmaniose, PIF, FIV e FeLV, além de explorar suas causas, sintomas e tratamentos.

Até 2023, o Agosto Verde Claro era o mês de conscientização da leishmaniose, uma zoonose que afeta pessoas e principalmente cães. Mas a partir de 2024, a campanha foi ampliada para incluir a prevenção e conscientização de doenças felinas graves, que afetam principalmente os gatos domésticos.

Qual a diferença entre Leishmaniose, PIF, FIV e FeLV?

Embora as quatro doenças possam afetar os pets, a leishmaniose é mais comum em cães, enquanto as outras três são exclusivas dos gatos. No entanto, em casos raros, a doença também pode afetar os gatos. Além disso, todas as doenças atacam o sistema imunológico dos animais.

Todas as doenças possuem diferentes causas, enquanto a leishmaniose é provocada por um protozoário do gênero leishmania, as doenças felinas são transmitidas por diferentes vírus.

A seguir, vamos conferir qual a diferença entre leishmaniose, PIF, FIV e FeLV e que sinais você deve ficar atento!

Leishmaniose

A leishmaniose é uma infecção parasitária causada por um protozoário do gênero leishmania, que ataca principalmente o sistema imunológico. Sendo uma zoonose, pode ser transmitida de animais para humanos e vice-versa.

É uma doença grave que pode levar o infectado ao óbito, seja ele humano ou animal. Embora afete principalmente cães e humanos, a doença também pode infectar outros mamíferos, como os gatos.

Forma de transmissão

A leishmaniose é transmitida exclusivamente pela picada do mosquito palha fêmea infectado, que pode ingerir o protozoário através do sangue e levar ao próximo hospedeiro.

Quando em contato com o hospedeiro, o protozoário ataca as células responsáveis por proteger o organismo de corpos estranhos e  se multiplica. Ela pode atingir diferentes órgãos e partes do corpo do animal ou pessoa infectada, como fígado, baço e medula óssea.

Sintomas

Existem dois tipos de leishmaniose, mas a manifestação mais comum nos pets é a leishmaniose visceral.

Nos cães, a doença provoca febre, fraqueza, perda de apetite, problemas respiratórios, diarreia, crescimento das unhas, pele descamando e queda de pelos, feridas pelo corpo, orelhas e focinho, e insuficiência renal e hepática. No entanto, como a doença também afeta o sistema imunológico, sintomas de outras doenças afetando todo o corpo podem aparecer.

Os sintomas também podem variar para diferentes espécies que o protozoário ataca. Além disso, por ser uma doença de evolução crônica, a maioria dos animais pode não apresentar sintomas, e o protozoário ataca silenciosamente as células. Por isso, a forma de diagnóstico mais precisa é através de exames laboratoriais.

Prevenção

Atualmente, a vacina da leishmaniose para os cães está suspensa no Brasil pelo Ministério da Agricultura e Pecuária por desvios de conformidade, e a vacinação para humanos ainda não existe. Assim, as principais medidas de prevenção são o combate a proliferação do mosquito, uso de repelentes, coleiras anti-insetos, limpezas e controle dos animais de rua. O mosquito palha utiliza principalmente de matéria orgânica para botar seus ovos, então limpar as áreas residenciais e próximas são essenciais para evitar o contato com o mosquito.

Além disso, não acumular lixo e evitar ambientes que possam estar sujeitos a presença de outros mamíferos que são hospedeiros do protozoário, como marsupiais e roedores, também é uma medida importante de prevenção.

Tratamento

Atualmente, a leishmaniose canina não tem cura. No entanto, o tratamento com medicação indicada por um veterinário pode bloquear o metabolismo e multiplicação do parasita, que embora continue presente no organismo, não vai mais manifestar sintomas e a chance de contágio para outros animais será menor. O tratamento para a leishmaniose é para o resto da vida do pet, que também deve fazer exames de rotina a cada 6 meses. 

PIF (Peritonite infecciosa felina)

A Peritonite Infecciosa Felina, ou PIF, é uma doença viral extremamente perigosa, causada pelo Coronavírus Felino (FCoV). Ela afeta principalmente gatos filhotes, entre 3 meses e 2 anos, e pode afetar também gatos selvagens. A PIF nada mais é do que a mutação do coronavírus comum, que causa sintomas leves, dentro do organismo de gatos com o sistema imunológico suscetível ou imaturo, causando a doença grave.

Enquanto 80% da população mundial de gatos são portadores do coronavírus comum, e o sistema imunológico consegue combater a doença sem problemas, cerca de 1% a 10% dos gatos podem desenvolver a PIF. No entanto, por ser praticamente o mesmo vírus, é difícil diagnosticar se o vírus em um felino se trata da forma inofensiva ou grave.

Quando evolui para a forma que causa PIF, o vírus se multiplica em grande quantidade e afeta o sistema imunológico, causando intensa inflamação, principalmente nos órgãos abdominais e o peritônio, o que dá o nome a doença (peritonite).

Vale ressaltar que, o Coronavírus Felino não é o mesmo responsável pela infecção em humanos, e não é transmissível para outros animais além dos felinos.

Forma de transmissão

A forma de transmissão do Coronavírus Felino ocorre principalmente através do contato com fezes de animais contaminados, e não é transmissível diretamente entre os gatos. Vale ressaltar que o vírus já mutado da PIF não é contagioso, apenas o Coronavírus Felino comum, que está presente no intestino dos felinos, incluindo os que já estão curados e sem sintomas dessa forma da doença.

Geralmente, a maior parte dos contágios acontecem em ambientes com muito gatos, como abrigos e criadouros. O vírus é excretado nas fezes dos gatos infectados e os animais saudáveis podem se infectar pela ingestão ou até mesmo inalação dos vírus presentes nas fezes.

O vírus, após a mutação, perde a capacidade de contágio. Ou seja, a PIF só se desenvolve diretamente no corpo do gato com o vírus, e não é infectado por outros animais com a doença.

Sintomas

Os sintomas da PIF nos felinos dependem da resposta imunológica do organismo com a presença do vírus mutado. A PIF pode se apresentar de duas formas, a úmida (ou efusiva) ou a seca (não efusiva).

Ambas as formas apresentam alguns sintomas parecidos, como febre, perda de apetite, emagrecimento, diarreia e apatia. Na forma úmida, ocorre o acúmulo de líquido na região abdominal e inflamação nas vísceras, causando o aumento do abdômen, letargia, dificuldade para respirar e olhos e gengivas amarelados.

Enquanto na forma seca, podem ocorrer alterações neurológicas, insuficiência renal, inflamação ocular e crônica. No entanto, os sintomas costumam ser muito variados, além de serem leves ou não perceptíveis na fase inicial da doença.

Prevenção

Evitar a superlotação de gatos e manter uma boa higiene são medidas preventivas importantes. Evitar as fugas e saidinhas dos gatos também é uma medida para evitar o contato acidental do felino com as fezes de outros animais nas ruas.

Como a PIF pode ocorrer por uma imunidade debilitada, reduzir o estresse do felino é uma medida preventiva ideal, assim como garantir sempre um ambiente limpo e a troca periódica da caixinha de areia. 

Atualmente, não existe vacina eficaz no mercado, então o controle ambiental e o manejo adequado são cruciais para a sua prevenção

Tratamento

Até pouco tempo, a PIF era praticamente uma sentença de morte aos gatinhos, e o tratamento consistia no alívio de sintomas e melhora da qualidade de vida do felino.

Atualmente, já existem medicamentos direcionados exclusivamente para o tratamento da PIF, chamado de GS-441524. O medicamento interfere na capacidade do vírus se reproduzir, bloqueando a sua multiplicação e permitindo ao sistema imunológico combater a infecção.

No entanto, outros medicamentos e tratamentos são necessários para combater os sintomas da PIF, como a anemia e o acúmulo de fluidos.

Enquanto a leishmaniose afeta mais os cães, a PIF, FIV e FeLV são exclusivas dos gatos

FIV (Vírus da Imunodeficiência Felina)

A FIV é um vírus equivalente ao HIV para os gatos, que ataca diretamente e suprime o sistema imunológico dos felinos. Assim como o HIV para os humanos, a FIV pode acarretar na Síndrome de Deficiência Imunológica, a AIDS, e possui sintomas semelhantes.

Embora a semelhança com o HIV, a FIV não é zoonótica, ou seja, é um vírus completamente diferente que não é transmissível para os humanos ou outras espécies, e afeta somente os gatos.

Forma de transmissão

Ao contrário dos humanos, a FIV não é transmitida através de relações sexuais, e sim por mordidas profundas, onde o vírus é passado pela saliva de um gato infectado para o outro. A FIV é comumente transmitida durante brigas entre gatos, sendo mais frequentes em gatos não castrados e com acesso a rua.

Além disso, a transmissão também pode ocorrer de mães para filhotes.

Sintomas

Os primeiros sintomas geralmente são febre e a diminuição dos neutrófilos no sangue, as primeiras células responsáveis pela proteção do organismo. Assim como o aumento de linfonodos, estrutura que funciona como filtro para substâncias nocivas. Após essa fase inicial, o gato pode passar um período assintomático que pode durar um tempo variável.

No entanto, após alguns meses, ocorre uma queda significativa na imunidade do felino, de forma semelhante ao que acontece com a AIDS em seres humanos.

Após o enfraquecimento do sistema imunológico podem ocorrer infecções oportunistas, secundárias e doenças crônicas, além de diversos outros sintomas, como febre, perda de apetite, gengivite, infecções respiratórias e perda de peso. Outros sinais incluem diarreia crônica, doença de pele e problemas dentários.

Prevenção

A melhor forma de prevenção para a FIV é evitar o acesso dos felinos às ruas, o que pode evitar a ocorrência de brigas e disputa por territórios, diminuindo as chances de transmissão do vírus. A castração pode ajudar a reduzir os comportamentos agressivos e de marcação territorial. 

As caixas de areia e comedouros compartilhados devem ser limpos com água e detergente, que matam o vírus. Manter os ambientes e os pets sob supervisão para evitar brigas também pode diminuir o risco de transmissão.

Além disso, se uma fêmea com FIV ficar prenha, é recomendado que ela não amamente seus filhotes para diminuir o risco de infecção.

Tratamento

Atualmente, não há cura para a FIV. Os cuidados incluem manter o gato saudável e monitorado para possíveis infecções oportunistas e secundárias. Além disso, podem ser recomendados antivirais e imunomoduladores para melhorar o sistema imunológico do gato.

Embora não possua cura, com tratamentos para as doenças secundárias, dieta balanceada e cuidados veterinários regulares, um gato com FIV pode viver muitos anos com qualidade de vida.

FeLV (Leucemia Felina)

A FeLV, ou leucemia felina, é uma doença infecciosa que diminui de forma progressiva os linfócitos sanguíneos, enfraquecendo o sistema imunológico dos gatos. Isso os torna mais suscetíveis a outras infecções e doenças, incluindo o câncer.

Ao contrário da FIV, a FeLV pode ser transmitida de várias maneiras além das brigas, e afeta de forma ainda mais grave a saúde dos felinos.

Forma de transmissão

A FeLV é transmitida principalmente através do contato com secreções de gatos infectados, como a saliva, secreções nasais, urina, fezes e o leite materno. Assim como a FIV, a FeLV também pode ser transmitida durante brigas entre os felinos, no entanto, ela também pode ser transmitida durante troca de lambeduras e o compartilhamento de vasilhas de comida e água, que ficam infectados com a saliva.

A utilização da mesma caixa de areia também pode causar a infecção do vírus. Assim como a amamentação de mães com o vírus para seus filhotes.

Após a transmissão, alguns gatos podem ter apenas os sintomas iniciais e eliminar o vírus, outros conseguem eliminar após uma infecção, mas sem ser persistente. No entanto, existem casos onde o sistema imunológico não consegue eliminar o vírus, causando a supressão do sistema imunológico.

Sintomas

Os sintomas da FeLV podem variar dependendo da fase da infecção e de doenças secundárias que o vírus pode causar por conta da supressão imunológica. No estágio inicial, podem ocorrer febre leve, letargia, perda de apetite e, assim como com a FIV, o aumento dos linfonodos.

Se o sistema imunológico do gato conseguir suprimir o vírus, os sintomas serão os mesmos até a sua eliminação ou ele será assintomático. No entanto, se a infecção for persistente, sintomas mais graves podem ocorrer conforme a infecção progride.

Com a infecção persistente, a supressão do sistema imunológico e disseminação do vírus pelo corpo causa sintomas mais graves ao longo do tempo, como febre, anemia, perda de peso, fraqueza, infecções respiratórias, gengivite, diarreia, vômitos, distúrbios neurológicos e de pele.

Como a doença afeta os tecidos linfoides, ela está relacionada a vários tipos de tumores malignos, como linfomas e leucemias, assim como uma variedade de doenças secundárias devido a imunossupressão.

Prevenção

A melhor forma de prevenção contra a FeLV, atualmente, é a vacinação. Geralmente, a vacina contra a FeLV está inclusa na chamada vacina quíntupla felina. No entanto, não são todos os gatos que têm indicação para receber essa vacinação, e na maioria são administradas apenas a tríplice ou quádrupla.

Por conta disso, manter os gatos em ambientes internos e evitar o contato com gatos desconhecidos é a melhor forma de prevenção para animais não vacinados. Já que, além das brigas, a transmissão da FeLV pode ocorrer por por lambidas e compartilhamento de vasilhas.

Além disso, a separação de gatos infectados de gatos não infectados, assim como evitar o compartilhamento de itens e a higiene constante são medidas essenciais para controlar a disseminação do vírus. Os testes regulares para FeLV em animais propícios também é ideal para o controle precoce da doença.

Tratamento

Se a forma da doença for persistente, infelizmente, a FeLV não tem cura. O tratamento inclui o cuidado regular, suporte nutricional e o tratamento de infecções secundárias para prolongar a vida e melhorar a qualidade de vida do bichano.

Muitas vezes, o veterinário pode indicar medicamentos antivirais e imunomoduladores para fortalecer o sistema imunológico e controlar a progressão da doença. No caso de linfomas e tumores, o veterinário pode indicar quimioterapias e antibióticos.

Conclusão

Neste Agosto Verde Claro, exploramos as diferenças entre a leishmaniose, PIF, FIV e FeLV. Não esqueça que, se você notar um sintoma diferente ou comportamento no seu pet, seja cão ou gato, é essencial buscar o auxílio de um veterinário para o tratamento adequado. Nunca tente medicar seu pet em casa, principalmente com remédio para humanos.

É importante entender que essas doenças, além de comprometer a saúde dos pets, também necessitam de medidas preventivas, vacinação, controle ambiental e principalmente cuidados veterinários regulares. Com conscientização e ações preventivas, podemos proteger nossos animais de estimação que são membros importantes da nossa família.

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